O que a dor causa em você e no seu bebê
A dor tem importante função biológica, sinalizando o que está errado em seu organismo. Na parturiente, a contração uterina dolorosa fala para ela que está chegando o momento do trabalho de parto.
Muitos naturalistas afirmam que a dor do parto tem função importante para o bem-estar emocional da mãe e para o desenvolvimento psicológico do bebê. Entretanto, sabe-se que quando a dor é intensa e prolongada, existem riscos para a mãe e o bebê ainda dentro do útero e recém-nascido. A dor e o estresse do parto produzem efeitos sobre a respiração, a circulação e a função endócrino-metabólica do bebê.
A mulher em trabalho de parto com dor muito intensa pode ter hiperventilação (respiração rápida) durante as contrações e hipoventilação (respiração lenta) nos intervalos.
A hiperventilação pode determinar:
- Aumento no consumo de oxigênio;
- Redução no fluxo sanguíneo cerebral, umbilical e na circulação placentária;
- Alcalemia, dificultando a liberação de oxigênio nos tecidos.
Tanto a hipoventilação nos intervalos das contrações quanto a hiperventilação criam risco potencial de hipoxemia fetal, isto é, pouco oxigênio no sangue do bebê.
O trabalho de parto com dor promove a sobrecarga cardíaca das mulheres, aumentando o débito cardíaco e a pressão arterial em 5 a 20%. Além disso, a dor, o estresse e a ansiedade interferem também na circulação útero-placentaria e na dinâmica uterina, e em alguns casos também provoca uma contração irregular do útero, que diminui a dilatação e aumenta o tempo do trabalho de parto. Nestes casos, a analgesia pode auxiliar a controlar tais efeitos.