Analgesia não Farmacológica
Hoje em dia pode-se dizer que o principal nome do parto psicoprofilático é o médico francês Dr. Lamaze. Para você conhecer um pouco mais da vida deste profissional que se dedicou a implementação e difusão desta técnica de parto humanizado, isto é, sem interferências cirúrgicas ou anestésicas, separamos um texto do também médico Pierre Vellay sobre o amigo.
Parto sem Dor.
Autor: Dr. Pierre Vellay.
Primavera de 1947. Caminhava lenta e pesadamente, mancando um pouco devido a um ferimento de guerra. Era corpulento e não usava chapéu, qualquer que fosse o tempo, mas levava um guarda-chuva que o protegeria, assim como ao seu livro. Quando eu (Dr. Vellay) o vi pela primeira vez na porta da Enfermaria, parecia uma estátua. Tinha uma barba preta que as vezes raspava, a fronte alta, larga e arqueada, em visível desproporção com o nariz pequeno e aquilino. Os olhos eram brilhantes e transbordavam bondade, mas podiam também exprimir seriedade de pensamentos e afetividade. Sua pessoa imponente irradiava simpatia, e todos gostavam dele. A equipe do Hospital queria-lhe muito bem. Conhecia todos os obstetras e todos o tinham em alto conceito.
Era um homem sobrecarregado de trabalho, mas nunca parecia apressado. Geralmente viajava de ônibus ou pelo "metrô"; isso lhe dava a oportunidade de ler e lhe permitia ser pontual. Era exato como um relógio.
Adorava os livros e tratava-os com respeito. Diria que toda a sua vida era uma busca de conhecimentos.
Até então eu não lhe ouvira a voz, mas gostaria de conhecê-la.
Outubro de 1947. Em certa ocasião fui vê-lo para estudar a possibilidade de colaborar no seu serviço. Tinha o pressentimento de que nos parecíamos em nossas atividades e ideias. Fui ao seu sombrio apartamento, cuja modéstia me chocou. Abriu-se a porta e lá estava o Dr. Lamaze, com um sorriso que lhe iluminava o rosto. Dele se irradiava um grande calor humano. Estendeu-me a vigorosa mão, dizendo: "Bom dia, meu caro Vellay. Muito prazer em conhecê-lo."
Fiquei fascinado, e de início não notei que seu escritório era pequeno e escuro. Mais parecia o lugar de trabalho de um literato do que o de um médico. Somente duas cadeiras estavam vagas. Sentei-me em frente a Lamaze, e percebi então que a mesa, a escrivaninha, as estantes, a lareira, e até mesmo o chão, estavam cobertos de livros. Dei-lhe timidamente o sumário da minha carreira. Trocamos ideias e descobrimos que tínhamos muito em comum - certamente uma boa base para a colaboração. Quando saí, percebi que um forte elo se formara entre nós e que nada poderia alterar essa nova amizade. Como pôde esse sonhador solitário deixar subitamente seu mundo de livros e lançar-se numa controvérsia? Não parecia feito para disputas. Durante trinta anos dividiu seu tempo entre o trabalho e a aquisição de conhecimentos. Era também um gastrônomo; conhecia os melhores vinhos, tanto quanto datas históricas e biografias de homens famosos. Era alternadamente "soldado, rebelde e cidadão", segundo as palavras de Yves Farge. Foram as duas guerras mundiais que o fizeram romper uma rotina de vida até então satisfatória para ele. Durante a guerra, por meio da sua profissão, tornou-se amigo de P. Rouques. Quando inaugurou a Maternidade da Policlínica dos Metalúrgicos, Rouques pediu a Lamaze que a dirigisse. Foi nessa ocasião que o visitei e começamos a nossa colaboração. Durante quatro anos trabalhamos juntos no desenvolvimento da Clínica. O estudo do parto sem dor fortaleceu nossa união.
A Maternidade desenvolveu-se rapidamente. "Não sei como dar ordens. Confio em todos, mas não posso suportar quando desmerecem da minha confiança". Essa atitude de Lamaze foi ainda mais valiosa durante os experimentos com o parto sem dor e correspondemos à sua confiança. Criamos uma equipe unida, onde cada um tinha o seu lugar e função.
Em setembro de 1950, o Congresso Mundial de Ginecologia atraiu os mais eminentes especialistas a Paris. O professor Nicolaiev, de Leningrado, visitou nossa Maternidade e falou modestamente de suas próprias tentativas para obter o parto sem dor pelo método psicoprofilático. Tal informação teve consequências: Rouques convidou Lamaze a reunir-se com a delegação médica que iria à Rússia em setembro de 1951. Lamaze concordou em visitar a União Soviética e interrompeu o trabalho pela primeira vez. A viagem alterou completamente sua vida.
Ao partir tinha um propósito secreto. Queria verificar se as russas davam realmente à luz sem dor - como afirmava o professor Nicolaiev. O fato parecia maravilhoso e inacreditável. A longa experiência pessoal de Lamaze fazia crer que somente drogas poderiam mitigar as dores do parto.
A delegação francesa tinha um vasto programa na Rússia, mas Lamaze prosseguiu no seu intento. Queria ver uma mulher dar à luz sem dor. Em 4 de setembro de 1951, quando visitava o Instituto Pavlov de Koltouchi, procuraram-no para ver um nascimento no Departamento do Professor Nicolaiev, de Leningrado. Lamaze permaneceu ao lado do leito de uma parturiente durante seis horas, vigilante e profundamente impressionado. Observou o progresso do parto e as reações da mulher e viu como estava com o corpo e a expressão "relaxadas". Guiada pelo médico, trouxe o filho ao mundo, sem dor, com grande simplicidade e a mais perfeita confiança. A cena pareceu maravilhosa a Lamaze. Estava em estado de grande alvoroço quando se reuniu aos membros da delegação. O Dr. Moutier descreveu como parecia rejuvenescido. Estava tão entusiasmado quanto um cientista que vê o fim de sua pesquisa. Durante toda a tarde falou sobre o assunto. Disse: "Aquela mulher permanecerá na minha memória como uma fonte de luz". Desde então só tinha um propósito: proporcionar às mulheres francesas uma experiência idêntica. Quanto a mim, jamais esquecerei a sua voz, cheia de calor e entusiasmo quando, ao voltar, contou-nos sobre a experiência. Descreveu-a minuciosamente, e para ele esse fato superou todos os outros da viagem. Achávamos o acontecimento surpreendente, e mesmo inacreditável. Foi preciso toda nossa confiança em Lamaze para que acreditássemos. Mas nós o conhecíamos como homem ponderado e refletido - finalmente nos persuadimos e ficamos estimulados pelo seu entusiasmo. Queríamos fazer sozinhos a experiência e comprovar-lhe o valor.
Decidimos iniciar o trabalho imediatamente. De início a literatura e os equipamentos disponíveis eram muito limitados, mas a boa vontade geral e a confiança e compreensão das mulheres logo nos trouxeram a prova inegável do parto sem dor. Graças às pesquisas de Pavlov sobre os reflexos condicionados, e que foram adaptadas para a obstetrícia por médicos tais como Velvolski e Nicolaiev, sabíamos agora que as mulheres russas tinham o parto sem dor, e que suas experiências poderiam ser transferidas para outras mulheres.
Incansável e persistentemente Lamaze continuou superando obstáculos diários, cada vez mais confiante em nós, a quem convencera. Ignorou fadigas e trabalhou sem cessar, atento ao objetivo, que para si próprio estabelecera, certo de que a verdade sempre triunfa. E essa verdade não se limitou à França. Ele a fez irradiar da pequena Maternidade do Centro P. Rouques, como um raio de esperança para todas as mulheres. Afluíram médicos, de todos os países, sempre curiosos e algumas vezes céticos. Após repetidas demonstrações saíram convencidos, estimulados e ansiosos para pôr em prática sua descoberta. Tal sucesso, que trouxe mais prestígio à medicina francesa, deveu-se, em última análise, às mulheres que se submeteram às experiências. Inicialmente Lamaze costumava dizer repetidas vezes: "Trabalhemos e demonstremos todos os dias a evidência do parto sem dor. As mulheres saberão como usar a descoberta." E então, um importante acontecimento teve lugar na história social da França. Mulheres de todas as origens e religiões, de todas as cores e classes, perceberam que sua posição mudara. O ser humano superara o animal.
No seu discurso de 8 de janeiro de 1956, o Papa Pio XII reconheceu o valor do método psicoprofilático. Uma nova perspectiva se abria para a medicina humanizada. Todos ganhariam algo. Bem certo era o que disse um médico: "Daqui a 20 anos a nova geração de mulheres lembrará Lamaze com gratidão, pois ele alterou fundamentalmente o parto, e mesmo a condição das mulheres no mundo ocidental."
Tornar público esta história é a minha forma de agradecê-lo.
Noções Sobre o Método
Um nome complicado para uma técnica simples, que usa apenas a palavra como método de anestesia. A psicoprofilaxia, que nasceu na Rússia e ajudou a ser difundida por todo mundo com o trabalho do médico francês Dr. Lamaze, consiste em lições que são repassadas para a mulher grávida durante a gestação e que a ajudarão a ter um parto sem dor e sem anestesia - um parto natural. A analgesia aqui é a palavra. Neste método, tenta-se equilibrar o cérebro (córtex) da mulher, criando durante a gravidez cadeias complexas de reflexos condicionados, que serão utilizados no parto. A mulher grávida aprende dar à luz da mesma maneira que as crianças aprendem a ler ou a nadar. Ao completar essa educação, ela entende o mecanismo simples do nascimento, e pode adaptar-se da melhor maneira quando o grande dia chegar.
Com as aulas, as mulheres perdem a atitude passiva que a maioria adota em relação ao nascimento, pois sabem o que vai acontecer e aprendem a se controlar, dirigir e regular seus corpos.
O principal princípio do método psicoprofilático é participação ativa e completa da mulher que está passando por um dos atos mais importantes da sua vida. Não é um truque! É um processo que existe há muitos anos (veja na seção da história todos os detalhes) e com base científica comprovada. Porém, existem regras e muita disciplina a serem seguidas tanto pela mulher, monitora e médico para se ter sucesso. É preciso um esforço coletivo, mas tais esforços enriquecem todos os participantes. O resultado é, em todos os casos normais, dar à luz nas melhores condições tanto para a mãe como para o bebê.
Para que a grávida tenha um parto sem dor neste método é necessária uma educação bem dirigida e racional para tirar as emoções negativas, demonstrando que o parto é um ato natural; criar emoções positivas, mostrando o valor e o enriquecimento que a maternidade traz para a mulher; e educar a mente e o corpo da mulher para que ela acompanhe, controle e dirija o trabalho de parto.
O curso do parto sem dor consta de 9 lições. O professor usa uma linguagem simples e viva. A primeira é dada no quarto mês de gravidez, aproximadamente. Expõe as vantagens do conhecimento e previne quanto aos perigos da ignorância. A mulher é instruída sobre o seu corpo, seus órgãos reprodutores, a formação, desenvolvimento e a vida do feto na cavidade uterina.
As 8 aulas restantes são dadas nos últimos meses de gravidez. Seis delas relacionam-se ao treino neuromuscular com exercícios, e a sétima é a ação uterina durante o trabalho de parto. Finalmente, a oitava aula é um esboço dos mecanismos cerebrais. Segue-se um filme, recapitulando tudo com ilustrações e mostrando o que as mulheres são capazes de fazer se puserem em prática o que aprenderam.
Agora, você pode estar se perguntando: toda mulher que foi bem preparada poderá dar à luz sem dor? A nossa resposta é não. Todas as mulheres aprendem que o parto é um fenômeno fisiológico normal e, mesmo aquelas impossibilitadas de esperar completo sucesso, como por exemplo, as de pélvis anormal, podem beneficiar-se com o curso, que atua como uma pré-medicação antes do ato operatório e traz um senso adicional de segurança durante a gravidez.
- Dividimos as mulheres em três grupos:
- Casos normais - Há uma pélvis normal, boa apresentação do feto (cabeça bem fletida, ou mesmo de nádegas), boas condições físicas e psí A mulher pode esperar o parto sem qualquer dor, senão tiver complicações familiares, monetárias ou sociais que a preocupem pouco antes do parto. Esse grupo enquadra cerca de 40% das mulheres.
- No limite da normalidade - A gravidez desenvolveu-se normalmente. Os exames médicos revelam que o parto seria normal. O aprendizado foi bom. Mas podem surgir dificuldades mecânicas, a cabeça muito encravada, produzindo falso trabalho durante dois a três dias antes do parto; a expulsão muito rápida, a cabeça completamente fletida; cervix de pouca flexibilidade, útero contendo um pequeno fibroma, o que causa algumas irregularidades na contraçã As dificuldades afetarão a contratilidade e o relaxamento do útero. Quanto maior for o equilíbrio mental da mulher, melhor será o resultado. Devemos tentar manter o parto tão normal quanto possível, e usar um mínimo de drogas. A não observação de tais regras poderá acarretar algum fracasso. A mulher desse grupo necessita de ajuda, mas o seu treino a manterá em boa forma. Situam-se nesse grupo 40 a 45% das mulheres. Embora haja pequenas dificuldades, todas ou quase todas, serão capazes de satisfazer seu mais íntimo desejo de trazer os filhos ao mundo conscientemente. Ao tratar dessas mulheres, os médicos e parteiras devem ter conhecimento completo do método. Os dois primeiros grupos representam aproximadamente de 80 a 85% das mulheres. Elas se beneficiam do parto sem dor, prescindindo de qualquer tipo de anestésico, exceto o uso da linguagem.
Casos anormais - Nesses casos o médico precisa ser experimentado, e a mulher perfeitamente instruída e compreensiva. O método psicoprofilático permitirá à mulher suportar um parto trabalhoso, que de outro modo não aguentaria. O médico poderá executar uma prova de esforço mais longa (4 a 6 horas em alguns casos), podendo evitar uma aplicação de fórceps, ou aplicá-lo facilmente, quando de outro modo seria difícil. Poderá ainda usá-lo em casos em que seria empregada uma operação que induziriam a uma cesariana. Mesmo se for necessária uma cirurgia, a mulher a enfrentará com calma porque entenderá sua indicação, e também a anestesia será reduzida ao mínimo, com vantagens para ela e para seu filho. É claro que deve haver completa confiança entre a mulher e o médico. No entanto, essa confiança deve ser não apenas emocional, mas sim baseada no conhecimento.
A acupuntura é um dos pilares da Medicina Tradicional Chinesa usada há mais de 4000 anos no oriente e difundida no ocidente nas últimas décadas.
A técnica consiste em energia que percorre o corpo em trajetos denominados meridianos, passando pelos órgãos e vísceras, exteriorizando na pele e estruturas próximas, como tecido subcutâneo, músculos e tendões. Nesses trajetos foram mapeados pontos onde ocorrem maior acúmulo de energia, que podem ser alcançados por agulhas e estimulados ou sedados, desbloqueando a passagem dessa energia, permitindo sua circulação e distribuição pelo organismo.
A acupuntura não é uma técnica inócua que funciona através da simples inserção de agulhas para equilibrar o paciente. Na realidade trata-se de uma técnica de neuromodulação de natureza invasiva, que a partir de estímulo periférico desencadeia uma série de mecanismo envolvendo o sistema nervoso (central e periférico). A mensagem gerada por esse estímulo chega ao sistema nervoso central por fibras nervosas, desencadeando várias reações mediadas por neurotransmissores hormonais. Não há nenhum tipo de medicamento associado às agulhas.
Além da técnica clássica descrita, existem outras formas complementares para agir sobre a energia dos meridianos, baseado em microssistemas. São representações do nosso corpo como um todo em partes dele; como se fossemos um espelho, quebrássemos e cada fragmento refletiria toda a nossa imagem, e não somente parte dela.
As técnicas complementares de acupuntura são:
- Cranioacupuntura: aplicação de agulhas na região craniana por onde passam muitos meridianos que podem assim serem acessados.
- Aurículo-terapia ou auriculopuntura: aplicação de agulhas ou “sementes-de-mostarda” ou pequenas esferas metálicas, em regiões da orelha.
- Moxabustão: aplicação de calor com a moxa (bastão de carvão), aproximando do ponto, permitindo aquecer a pele.
- Laserterapia: apliação radiação luminosa polarizada que intensifica ou substitui a aplicação de agulhas.
- Ventosas: são campânulas de sucção a vácuo na pele, para produzir pressão negativa, descongestionando a energia e o sangue.
- Eletroacupuntura: aplicação de corrente elétrica nas agulhas, reforçando o efeito da agulha.
- E outras técnicas menos utilizadas.
A acupuntura atua em qualquer sistema do nosso organismo, sendo útil para qualquer patologia, isolada ou combinada, sem interferir no tratamento alopático, homeopático, fisioterápico, psicoterápico ou qualquer outra terapia. Contudo, apesar de ser mais difundida para o tratamento de dor, a acupuntura auxilia na recuperação funcional e na regeneração tecidual, qualquer que seja a etiologia da disfunção ou da lesão.
A gestação é um período em que ocorrem grandes transformações, tanto emocional quanto física da mulher. Essas mudanças geram alguns problemas comuns, como as náuseas, vômitos, dores pelo corpo, principalmente lombar, dor de cabeça, ansiedade, estresse, depressão, insônia, edema, azia, má digestão, gases e outros. Tais transtornos podem contribuir para um pré-natal desconfortável e as vezes comprometer o bem-estar do binômio mãe-feto.
Existem muitas restrições ao uso de medicamentos na gravidez, devido a possibilidade da passagem placentária afetar também o feto. Com isso, a acupuntura auxilia o obstetra na resolução dos mais diversos sintomas, dando mais tranquilidade e segurança às mães durante o pré-natal e no pós-parto.
O uso da hipnose sempre esteve presente na história da humanidade.
Na antiguidade, no Egito, Grécia, China e África, a hipnose era utilizada nas religiões, assim como no tratamento de algumas doenças, como: paralisia, epilepsia, cegueira e medos. Nesta época, estava associada a rituais mágicos, cantos e orações.
A hipnose ganhou força nas faculdades de medicina da França, onde era pesquisada e aplicada por seus médicos para aliviar sensação de tato e de dor.
O médico britânico James Braid (1795-1859), assistindo a uma cirurgia efetuada com anestesia geral provocada pelo uso da hipnose, passou a estudar o processo e definiu o estado hipnótico como um estado particular de “sono do sistema nervoso”, vindo a cunhar o termo hipnose, do grego Hypnos que simbolizava o Deus do sono na Mitologia Grega. Dessa forma, o termo hipnose ficou erroneamente associado à idéia de sono. Logo depois de haver cunhado este termo, James Braid se arrependeu, pois percebeu que cientificamente a hipnose não poderia ser comparada ao sono, sendo um estado justamente oposto ao sono, de intensa atividade psíquica e mental (atenção focado em alguma idéia). Braid utilizava basicamente a hipnose como forma de se obter a anestesia cirúrgica e para ensinar auto-hipnose aos pacientes, lembrando que o éter foi introduzido somente 1846 e o clorofórmio em 1847.
Milton Hyland Erickson (1901- 1980), psiquiatra americano do início do século XX, sendo considerado um marco divisório entre a hipnoterapia clássica da época de experimentação científica e a época moderna atual. Demonstrando-a como um fenômeno natural da mente humana, bem como sua existência e efeitos no cotidiano. Utilizou a hipnose em praticamente todos os problemas psicológicos, sendo autor de inúmeros artigos, livros e pesquisas científicas na área. É considerado o maior Hipnoterapeuta do século XX devido a sua abordagem breve, estratégica e voltada para a solução.
A hipnose na grávida foi abandonada no século XX pois constatou-se que o estado hipnótico da mãe proporcionava redução dos batimentos cardíacos nela e no feto. Como a redução do batimento cardíaco fetal é um sinal de provável sofrimento fetal, vários profissionais abandonaram o uso da hipnose no parto. Contudo, mais tarde, verificou-se que tal redução do batimento cardíaco fetal não representava estado de sofrimento e a hipnose começou a tomar força no final do século XX.
Os benefícios da hipnose são vários na gestante: controla a ansiedade, a pressão arterial, a respiração e a frequência cardíaca, provocando um estado de tranquilidade, mas com estado de atenção focada na evolução do trabalho de parto, aliviando a dor e o medo do momento do nascimento. A dor é responsável pelo aumento do consumo de oxigênio na mãe e no feto, causando diretamente uma competição pelo oxigênio entre ambos. Uma competição injusta, pois o feto sempre perde. Deste modo a analgesia do parto, seja ela sob hipnose ou não, provoca o equilíbrio necessário entre o binômio mãe-feto.
É fato que a prática de exercícios pode aliviar desconfortos, comuns na gravidez, incluindo à tendência à formação de varizes, as dores nas costas e nas articulações e músculos. O melhor condicionamento físico beneficia a mulher durante o trabalho de parto e pode fortalecer e tonificar os músculos mais afetados durante a gravidez: os músculos da pelve, abdominais e lombodorsais.
Um bom programa de exercícios pré-natais pode ainda melhorar a postura, que é seriamente afetada pelo crescimento do útero e pela expansão do abdômen, causando uma inclinação anterior da pelve. Os exercícios para fortalecer os músculos das nádegas, costas, ombros e barriga podem ajudar a manter o corpo alinhado e reduzir o desconforto associado à má postura.
A yoga é uma atividade cada vez mais popular durante a gestação. Apesar de existirem muitas semelhanças entre algumas posições do yoga e os exercícios usados em outras modalidades esportivas, a ênfase colocada no estiramento e mobilidade pode não ser apropriada para todas as mulheres. As mulheres, principalmente gestantes, que desejam aprender ou aprimorar a técnica da Yoga devem procurar sempre professores treinados.
A estrutura da aula é semelhante a da aula normal, com as seguintes observações:
- Antes de 120 dias, a gestante pode fazer Kundaline Yoga normalmente, exceto casos de mulheres que tiveram um aborto natural anteriormente. No entanto, não se faz respiração de fogo, posições invertidas ou posturas pesadas. Gestantes devem ser tratadas com muito cuidado, principalmente se é o 1º filho, pois aí não se tem a experiência de como é o comportamento físico daquela mulher durante a gestação.
- Deixar os exercícios serem regulados pela intuição. Se fizer um exercício e não se sentir bem, não fazer mais.
- O ritmo do exercício deve ser mais lento e com respiração profunda.
- Ao contrário de uma aula normal, na qual o professor dá o ritmo e os alunos acompanham, na aula para gestantes o professor aguarda que as mesmas determinem o ritmo.
- A respiração é fundamental. Os exercícios respiratórios tomam a maior parte da aula.
- A postura de cócoras é muito importante. A gestante faz com respiração lenta e profunda. Pode ser incluída em todas as aulas, exceto, quando sentem o colo do útero frágil, quando se tem dilatação antes da hora e quando se tem sangramento. A postura é importante porque ajuda na dilatação no momento do parto.
- A contração do períneo é extremamente importante para gestantes, podendo ser incluída em todas as aulas. Esta contração é importante para a mulher preservar a saúde genital e urinária, evitando a continência urinária. Todas as mulheres devem fazer de cinquenta a cem contrações genitais por dia e, se a gestante ainda não faz o exercício é um bom momento para começar. Em toda aula incluir este exercício, mas pedir que a gestante coloque a mão sobre o abdome para perceber que a contração não está acontecendo com a musculatura abdominal mas sim no períneo. Quando a musculatura do períneo está fraca, faz a bexiga e os intestinos caírem sobre o útero. Isso tira o útero do lugar, causa varizes, hemorróidas e parto prematuro.
- Geralmente a aula para gestantes chega a durar 2 horas, porque as mulheres neste período tem muitas dúvidas que precisam ser esclarecidas.
- O professor deve passar o maior número de informações possíveis, pois as gestantes costumam faltar muito as aulas e, a partir do sexto mês geralmente abandona a prática. É importante que tenham conseguido levar o maior número e esclarecimento sobre o pós parto, sobre como tratar o bebê, etc.
Os principais benefícios relatados pelas gestantes após a prática do exercício de Yoga, são: fortalecimento muscular, tranquilidade, condicionamento físico, aumento da disposição para o dia-dia, melhora da postura, menor ganho de peso e inchaços e melhora do sono.
As disciplinas orientais, como Tai Chi Chuan, Pilates, Yoga, Chi Ball, são práticas de atividades físicas cada vez mais próximas da realidade da população, chegando as academias como diferentes nomes: power Yoga ou Body Balance, por exemplo.
A centralização mente e corpo é completa, fazendo com que a mulher possa viver a sua gestação física e mentalmente equilibrada, apenas esperando este novo ser que virá.